quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O ser Professor e os olhos no Mundo que v(irá)...


Os encontros designados Biologia na noite sugerem a possibilidade de recriar uma fogueira imaginária em redor da qual podemos fazer aquilo que creio ser tão necessário nos nossos dias. E que é reencantar o mundo. Uma constrangedora aridez foi-se instalando como nossa condição comum. A culpa não é evidentemente nossa. Mas nós herdamos uma ideia de ciência que vive de costas para a necessidade de trazer leveza e construir beleza. (MIA Couto. P.49 e se Obama fosse africano? Ensaios).



Quero trazer aqui um ensaio sobre a importância do mestre por meio de um ensino poético -  inspirador. Quero resgatar o mais antigo discurso: a iluminação que nos move a seguirmos alguém.

Quero propor um ensino que angarie alunos pela alma.

Quero esquecer um pouco toda estilística acadêmica, quero sentar ao lado de Warat e reaprender a falar e a ouvir – desconstruir a robustez mirrante dos “juristas”.

Quero me importar menos com o ritmo frenético dos cursos de Direito – quero descansar o começo e o fim da aula com algo que os alunos levem para dentro de si.

Quero que os alunos vejam o mundo. Para começar, vejam o professor. Este ser invisível para alguns, este redator das notícias e conhecimentos, serviçal apenas, tem alma profunda e afunda quando não visto

Este breve ensaio fala do quanto nos perdemos – e falo, intensamente, do curso de Direito, mas sei que há problemas por todos os lados – como não sou um mundo todo – trato do que abarco.

Quero encontrar colegas de profissão e ver nos olhos deles novo ânimo. 

Quero alunos menos beligerantes, mais amáveis, menos amargos, menos orgulhosos, menos soberbos, principalmente, os ditos “concurseiros” – toda esta armadura seja deixada de lado – ao entrar em sala – quero que eles abram a janela da alma e me olhem nos olhos...

Talvez este ensaio seja movido pelo dia de hoje: 15 de outubro, mais um dia do professor que vivo, 

Talvez este ensaio seja uma “poética do devaneio”(BACHELARD) – 

Convido a todos achando que o mundo inteiro não me lerá, mas, se você me leu até o momento, o mundo inteiro não importa. 

Importa, de verdade,
o mundo que virá.