"A poesia é uma expressão do não-ser do poeta. O que escrevo não é o que tenho; é o que me falta. Escrevo porque tenho sede e não tenho água. Sou pote. A poesia é água. O pote é um pedaço de não-ser cercado de argila por todos os lados, menos um. O pote é útil porque ele é um vazio que se pode carregar. Nesse vazio que não mata a sede de ninguém pode-se colher, na fonte, a água que mata a sede. Poeta é pote. Poesia é água. ". (ALVES, 2014. p.112).
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Meu ocaso e caso...
DEUS,
Troca-me de tudo que está
De tudo que esteve
De Tudo que pretendo resguardar e devo abandonar
Força-me então, dita Força humana invencível
Forca indestrutível
Força-me a fazer mais que simplesmente andar
Quero respirar
Quero transparecer meu desassossego sem respostas
Como já disse
Sou colecionadora de dúvidas
E elas são meu ocaso e caso
Queria escrever algo além das palavras e assim acertar algumas respostas em cheio
Queria destravar a alma em instantes
E, a um só tempo, derramá-la instantaneamente , incessante
AI que dias de silêncio!!!
Como tenho andado atordoada, e, insuportavelmente imóvel , inerte
Sem ânimo ou força, simplesmente descontente
É, aquela que sempre sorri engole por vezes sonhos soluçantes desperdiçados
Aquela que sempre tem palavras de consolo anda desconsolada
Parece algo ruim para você ?!
Ter em mim algo em ti que só DEUS vê?!!!
Desculpe-me por descortinar meu lado humano
Mas meu respirar pede mais que a inspiração, pede a verdade extravasada...
Ileide Sampaio
sexta-feira, 20 de abril de 2012
No meu alvo, me desfiz...
Recriei meu coração
Tornei-o meio bobo
Meio tolo, meio e pouco
De repente essa era a forma fazê-lo um outro
Me desfiz
Fingi que não
Que não estava aqui
Que não passou por mim
Que tudo que importava não importava mais
Que tudo que sonhei não sonhava mais
Subi
Desci
Ao alto
Ao baixo
Recreando o momento que mal o vendo já soava ao olho o só-fim
Corria , corri
Sem eira,
mas na beira de um caminho que eu pudesse me esquecer
Esquecer de mim?!
Era esse o plano!
Desligar-me ,enfim
Só sossego e paz não tive
Tive , isso sim, momentos de um eterno esforço de fugir
Fugir de mim
Fugir daqui, aqui estando
Recriei as forças,
os passos,
os dardos
Lacei em novos alvos,
eles...
sem graça que eram, perderam-se de gastos
Perdi
Perdi pra você
Tempo sutil
Nervo de lembrar que não me deixa escapar
Escapar de mim?!
Não!
Mas ao menos do que não está mais aqui
Daquilo que perdeu-se de mim
Mesmo tendo-me levado
Ainda sobrevivi
Hoje sigo um simples e eterno anseio
Um alvo que não requeiro
Que não consigo perseguir
Esse alvo está aqui
Ele é um
desejo
De desejar o fim...
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