sexta-feira, 15 de julho de 2011

Meu sim e meu não correm juntos



Não faço versos para sonetos

Não mexo com as estrelas para guardá-las

Não começo um texto que termine

Não sigo a sombra por desalinho

Meu sim e meu não andam juntos como se a pompa estivesse no co-existir

Sim, quero e não quero, quero e desisto, corro e suo

Sim, nada é por demais e sempre requeiro mais, SIM!

Sim, meu hoje seja um sinal da perfeita imperfeição que talhou esse texto

Sim, cansada ainda escrevo, ainda que isso me custe mais tempo para as tarefas em meu limbo

Meu sim e meu não correm juntos por e para todos os lados – sofregamente – não os posso esconder...

......

Embebedada na lucidez dos meu sonhos___


Muito terá que se desdobrar o tempo, para refrear o fôlego que instiga meus planos arvoradores


muito, de algum sentido divino, me encha da mais alva e plena transparência para testar os vales rasos do conhecimento superficial


desejosa estou pelos ventos mais fecundos, pelas águas mais abundantes, pelo rasgar à terra em sulcos que recoloquem novos sinais na face terrena

sou essa recém-criadora-criada,

mas nunca servil,

desmontei a tudo e a mim mesmo para desacompanhar

os passos daqueles que andam no mesmo sol
recriarei as invenções e a modificarei sempre que lancetear as primeiras mudanças
serei sempre o mutável ciclone dos espaços comuns
Algo me inquieta – enquanto ando:

Não!, não sonho como quem escapa da vida

estou mais apegada à ela que nunca
Minha alma sempre desperta desatina a mais densa nuvem
não quero apenas expectativas que por hora nos inflam o peito de ansiedade e noutra se debatem em nulidades labirínticas...

arpôo um muito aqui,
algo além...,
mas tudo certa e temporalmente:

naquela luz lúcida,

gerida na vinícola dos sonhos gerados em longos tonéis “enjuvelhecidos”, ainda que: recém-formados...

(Texto que escrevi no último dia de aula na graduação...enquanto o professor falava eu corria a mente em outros sonhos...aquele eu já conquistara...)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

As palavras trocam suas asas com o tempo...


Quando eu era pequena me encantava e aquietava com letrinhas coloridas...

O tempo passou e a cor escura nas páginas tornou-se suficiente e intraquila para mim...

Aquelas letrinhas coloridas?! tomaram asas...

Quando eu era pequena bastava sorrir rapidamente e à todos envolvia...

O tempo passou e as horas de sorriso tornaram-se cada vez mais alvos de sondadores de mim...

Aquele sorriso desarmado?! Tomou asas...

Quando eu era pequena passava horas montando castelos de areias à beira mar só para vê-los por alguns segundos...até a onda brindá-los num gole só...

Hoje semeio apenas após vastos cálculos porque não posso perder ambos: tempo e obras...

Meus castelos para o nada?!...tomaram asas...

Quando eu era pequena tinha uma casa imensa, meu pai, mãe e irmãos sentados à mesa e mais nenhuma preocupação...

Aos meus 17 anos meu pai foi para outra casa, seu lugar até hoje é estranho, existe no psíquico, mas não no físico..e quantas conversas não podemos mais ter...Ele, tomou asas...

O tempo de pequena teve suas primeiras asas: sonhadoras, tímidas, irrequietas..

O tempo de hoje tem outras...

Não as descrevi aqui...

As palavras trocam suas asas com o tempo...

Mas o importante é ainda conseguir voar...acima de tudo que "Tomou asas.."

Tomo outras asas... tento novos "voos"... Onde está o acento deste voar?! Tomou asas!!

voe!