terça-feira, 22 de junho de 2010

Sinais na escuridão...




Trovões costumavam amedontrar não apenas crianças, mas também muitos habitantes daquele vilarejo...Contrariando a normalidade do local, um rapazinho corria ousadamente em meio aos trovões e relâmpagos sonoros e alargava passos mais rápidos a casa de seus vizinhos apenas para provocá-los:

“Que esperam, medrosos?!, que os raios fujam de vós por fingirem que estão bem protegidos?! Escutem nesse barulho os deuses comunicando a certeza da vida: não há cabanas seguras!, raios podem formar-se em turbas de furacões e tornados...querem mesmo saber?!...caminhar em meio aos raios é escalar luzes coloridas...daqui de fora vejo a grandeza e a temeridade bem nos olhos...”


Isto repetia-se quase sempre – pois, se o jovem rapaz não estivesse pronto às ruas, ninguém mais estaria.
Os trovões pareciam mais silenciosos, gotas de chuvas mais serenas, tudo estava meio estranho naquela noite de trovoadas – e, onde estava aquele rapaz aventureiro?! Será que estava aguardando que o terror aumentasse para urrar aos quatro ventos suas vitórias quanto ao medo?!
Semanas e meses passaram – sempre que chovia aumentava a curiosidade do povoado em ver o rapazinho ironizando as luzes raivosas no céu...
Foi necessário um dia de “novo” – alguém abriu a porta – esqueceu o terror que zumbia dentro de si e foi à procura do rapazinho...
horas a fio...sem encontrá-lo...
Quando chegou ao cume mais alto daquele povoado encontrou o menino com frio, medo e terror...
Estava escuro, os raios não paravam sua batidas no estro celestial... e a fronte do rapazinho tremia... (ele o reconheceu - era um de seus vizinhos...)
Em silêncio profundo aquele homem tomou o menino em seus braços, enfrentando não apenas a escuridão de seus medos, mas um cansaço que se fazia mais agudo a medida que a chuva ensopava corpo e chão...e o carregou até sua casa...
Ao chegar a casa, ainda em silêncio, ofereceu ao rapaz abrigo e mantimentos...este adormeceu...
Dia claro – o céu é uma assombrosa maneira de vermos extremos serem silenciados – o rapaz levantou – a mesa estava pronta, o homem em silêncio serviu o rapaz...
Um nó irritadiço começou a desafiar o menino, precisava agradecer...até que rompeu o silêncio:

“Senhor, porque arriscou sua vida por minha causa?! Logo eu que chicoteei seus ouvidos e os de muitos por tantos anos?! Sinto-me agradecido, mas também envergonhado..”
O homem apenas sorriu, nada disse...
O rapazinho ficou mais inquieto: “Nem ao menos quer saber por que eu estava ali?!”

Naquele momento o homem mergulhou em seu pensar e abandonou algumas palavras:

“Por que Você estava ali?! Essa é resposta que não podes me dar...sua vida para os outros bombardeou sua perspectiva de si...sempre ouvi seus gritos como quem ouve um bebê chorar...ao ouvir o silêncio da noite sabia que estava perdido porque algo o trouxe a sua fria realidade...fui ao seu encontro porque há muitos anos perdi meu filho...ele sempre dizia: ‘Pai, queria um irmãozinho que estivesse do meu lado na hora dos raios, pois enquanto o senhor dorme eu ainda fico com muito medo’..naquela noite acordei como se ouvisse meu filho chorar de medo...Tudo parecia anil - os raios pareciam setas indicadoras - sinais divinos - não ouvia mais nada a não ser seu choro...até que,
vencendo minha escuridão ....

achei você....” .

ileide sampaio...-=]

Brooke Fraser - Faithful... poucas músicas dizem tanto...





Faithful
There's distance in the air
And I cannot make it leave
I wave my arms `round about me
And blow with all my might


I cannot sense you close
Though I know you're always here
But the comfort of you near
Is what I long for


CHORUS
When I can't feel you
I have learned to reach out just the same
When I can't hear you
I know you still hear every word I pray
And I want you
More than I want to live another day
And as I wait for you
Maybe I'm made more faithful


All the folly of the past
Though I know it is undone
I still feel the guilty one
Still trying to make it right


So I whisper soft your name
And let it roll around my tongue
Knowing you're the only one who knows me
You know me


CHORUS


Bridge
Show me how I should live this
Show me where I should walk
I count this world as loss to me
You are all I want
You are all I want
Tradução:

Mais Fiel
Há distância no ar
E eu não consigo fazer passar
Eu aceno meus braços ao meu redor
E sopro com toda minha força


Eu não posso te sentir perto
Contudo eu sei que estás sempre aqui
Mas o conforto da sua proximidade
É o que eu anseio


REFRÃO
Quando não posso te sentir
Eu tenho aprendido a alcançar da mesma forma
Quando não posso te ouvir
Eu sei que Tu ainda ouves cada palavra que eu oro
E eu Te quero
Mais do que eu quero viver outro dia
E a medida que eu espero por Ti
Talvez eu seja mais fiel


Toda a tolice do passado
Embora eu saiba que está desfeito
Eu ainda me sinto o culpado
Ainda tentando acertar


Então eu sussurro Teu nome
Deixo isso rolar em minha língua*
Sabendo que és o único que me conhece
Tu me conheces


REFRÃO


PONTE
Mostra-me como eu devo viver isso
Mostra-me onde eu devo andar
Eu considero esse mundo como desperdício pra mim
Tu és tudo que eu quero
Tu és tudo que eu quero

terça-feira, 8 de junho de 2010

Das teorias diluídas....


Não há sossego
Não há descanso -
Nem pausas.
Tudo parece solto – perdido...
O mundo congela alguns momentos
Só para diluir minhas teorias
Para fazer desmoronar meus cálculos
OH vida, caixinha de Pandora que cintila e impressiona, mas ao abri-la...
Todas as nossas teorias de “fazer dar certo”, simplesmente, fracassam.
Mas no final das contas – e não são poucas
A gente cresce
A gente se vê apegado a fôlegos ulteriores – ao desconhecido e virgem amanhã...
Ouço-o como quem segue cânticos de sereia, mas agora sem mastros que me impeçam de ir
Esqueço os cálculos errados
Percebo que a VIDA germina nos terrenos mais pantanosos

Ah, vida...
Ah, sonho...
Ainda faço vocês abraçarem-se
num terno
e
Eterno... encontro...

ileide-=]