sábado, 22 de setembro de 2012

"Há dois caminhos na vida: o da Graça e o da Natureza".

"O único jeito de ser feliz é amando..." - Trecho de uma fala do belíssimo filme: "A ÁRVORE DA VIDA".





 Filme que começa com as falas de tantos dramas da existência. Da morte e caos que a vida nos faz atravessar, Até um fim perturbador, irrespondível...No misto das imagens e sons, beleza atravessada na dor, arranhando tudo....A mãe do filme que sofreu a maior de todas as dores, enfim, entrega seu filho, ao Deus silencioso que nos deixa viver sem justificativas e respostas...Nesse mistério, nessa misteriosa "árvore da Vida"... 


Nunca chorei com filme algum, EXCETO este... O que aprendi com ele?! Há uma voz divina que cala, para que a humana se divinize... A religião e a ideia de Deus estavam por todos os lados, dispersas, enquanto não ultrapassassem as muralhas da Igreja, só feriam... Deus é mais que ideia. Ele está atravessado nas fendas abertas, naquelas feridas da alma que fazem jorrar vida, muito mais que sangue... 



"Há dois caminhos na vida: o da Graça e o da Natureza. A graça nada requer, ela não exige, prefere dar-se até ao desprezo por amor ao outro. A natureza fere, tudo requer, só entende a linguagem que sinaliza algum retorno a ela. 

Que caminho você escolherá?!"....#chorei

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Conceito e o Peso Abstrato do Amor no texto de Paulo (ICo13)...


Há algum peso abstrato nessa expressão:
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. ?!?!
1 Coríntios 13:13

Falo “peso abstrato” assim aspeado para remeter ao tema de Robert Alexy – O peso abstrato de alguns Direitos Fundamentais sobre outros...

A quem Não seja da área refino o que ele afirma: 
Colidindo direitos (ex.: Direito à Vida e Direitos à Liberdade, independentemente do caso referido), há um Direito com um Peso abstrato anterior a qualquer tipo de análise.......

Pois é,
Juridiquês à parte,
Vamos a minha pergunta de hoje, nada acadêmica como sempre:

Há algum peso abstrato nessa expressão:
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. 
1 Coríntios 13:13

Sim, parece, para mim, que há:
"O MAIOR deles, é o amor..."

"Amor", este que o autor do texto, 
Paulo para uns , São Paulo para outros, 
definiu universalmente como:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. 
1 Coríntios 13:1-12”

Lindo não é?!
Texto este que não me canso de ler...
A ciência sucumbirá; a religião, suas vertentes e veias; todos os artifícios e atributos humanos..., mas 

o amor escapará de tudo , ileso....

Mais brilhante ainda a forma como termina o seu texto:
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. 
1 Coríntios 13:12

Olha que incrível/!!!!
Hoje o amor é visto "como num espelho"
Hoje é enigma!
Hoje é "conhecido EM PARTE"
Hoje é tão pouco conhecido como somos para nós mesmos,

MAS

Há de chegar UM DIA
Que O “veremos face a face”: Olha que lindo!!!!

Ver face a face: encarado assim sem máscaras – O transparente absoluto

É essa a forma de ver o AMOR, eterno amor
E nesse desvendar incrível
Nesse face a face
Conhecerei o amante, tanto quanto o amado
“Conhecerei como sou conhecido”

Tese arrebatadora!

Mas Paulo tinha que deixar uma sigla ao final
Uma inquietude
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor. 
1 Coríntios 13:13

Permanências...

Só de serem permanentes
Constantes
Estáveis
Os três sentimentos já valeriam sussurros e aspirações
Mas ele quantifica-os

Entre os permanentes sentimentos – que conhecemos apenas em parte
Nesse espelho da vida
O maior deles
É
O
Amor
Seja lá o que for 
Seja lá o que tiver sido

Ele permanecerá para que UM DIA o vejamos – face a face...

Seu peso abstrato, respondendo a pergunta para mim, está nisso
Nessa gota de eternidade:
Nesse
Permanecer...



sábado, 15 de setembro de 2012

Hidras e outras pedras...


Estava esmagada por aquela pedra
Ela, invisível para todos, não cansava de pesar
Não cansava de ser peso
Nem de ser aquilo que mais insistia  - sobre mim

Aquela pedra estaria bem melhor colocada se estivesse no trânsito
No meio do caminho.

Pior seria
Se a pedra estivesse sobre mim
E não sobre meu caminho
Mas ela escolheu a mim...

Queria ela agora pelo caminho
A chutaria
Ela não faria parte de mim
Estaria apenas no meio do caminho

Mas o caminho é mais que o meio
Ele é o absurdo todo
O Além

O que faço eu então?!
Deixo-a correr de mim?!
Pedra estranha
tu não eras verso 
não tinhas esse nome

O que fiz de ti?!

Queria-te longe
Bem afastada do meu peito
Suportaria pedras por todos os lados
Mas não aqui

Não tenho coração para durezas 

De pedra nunca será 


Ouvi no meio do caminho
Que a pedra evita desalinhos
Calça alguns momentos pendulantes
Ainda que o mesmo dito seja ambulante

Ouvi ainda, em mim, um dito de Hidra:

Escapar,
Tentar fugir,

Seria como tentar vencer Hidras cortando-as.... 

Multiplicando-se
Sufocam-nos...

Devo então vencê-las?!


Queimá-las

no fogo da razão....?!

Eu devo apenas seguir...

Abrir a janela

E correr,

Mas não de mim...

Não das pedras...

Se necessário for
Correrei para carregá-las

E as olharei com um olhar de artífice

Mas não farei estátuas

Erguerei algo que se desapegue da ideia inicial

Quem para elas olhar pensará em tudo

Menos que eram pedras:

Para se viver bem
Deve-se esquecer...




quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Amor placebo...


Efeito placebo

Esta palavra hoje me ocorreu...

Vem de placere (lt.), significa"agradarei"...

Amor Placebo...


Quando resolvi abrir aquela mala 
Quando decidi dar outra olhadela pelas frechas das boas lembranças
Era esse o encanto
"Placere"

Num dia 
aquele amor nos valeu

Nos fez um

E depois nos desfez.

Deve mesmo ser isto que nos ocorreu.

Eu agora não sei.

O efeito era todo criado.

Todo imaginado.

Era apenas ideia, e só: ideia só.

Num outro tempo e dia
Tomamos daquele amor num gole...

Criamos a nossa fórmula mágica

Nos combinamos...


Mas vieram os rudes dias
E quando olhei para aquele remédio
Nada lá estava

Não tinha nada de novo...
E, de novo,
Eu me vi tomando "farinha" pensando que era remédio pra dor

Dor de saudade pelo sentimento que se perdeu no rio
Ficava nadando em busca
Ouvindo outro
Mas de muito longe
Sem esforço algum
Numa acomodação - inquietante

Aquele amor placebo ainda me fazia criar justificativas
Queria crer que era uma fórmula ideal
que não se dissolveria...

É culpa desse Amor que tende a:
Um anulando-se dia a dia
esperando o tempo e modo do outro
E o outro vivendo seus dias e modos,
Desacolhendo....


A sorte agora
é que são outros tempos.
Temos idades diferentes
E a maturidade me faz sorrir melhor...

Olho para esse nosso amor - que é bem mais meu

E começo a peneirar suas oposições...
Enfileirei teus motivos:
Família,
Tempo,
Enredos
e
outros
Placebos...

Lúcida assim
Eles não me causam o mesmo torpor...

Hei de tomar então o melhor de todos os remédios para esta dor:

Um novo despertar...
Um,
Enfim,
acordar...


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Relacionamentos (e)m Fusos....


Sim!!, 
Sim?!?!
Não!!!, 
Não??!

Estávamos em mesmos mundos, mas
Em Países diversos
Fusos horários embaralhando-nos

Dia de aniversário que pedia os "Vivas"
E eles eram bem merecidos
Estavam bem ensaiados para o dia certo
Que, para mim, ainda não tinha sido iniciado
Mas para ele estava já em pronto fulgor

Quatro horas nos diferenciavam

Parecia um surto ouvir dele:
“Dê-me,
Peço-te!
Meus “parabéns”!
Ande logo,
Quero dormir...”

E Eu aqui vivendo ainda em 20:00h
E ele, no além mar do Velho Mundo, requerendo os traços da meia-noite

Eu lhe prometi uma escrita

Fiz chover naquele dia?!
Disse algo mirabolante, inusitado?!

Claro que não!

Mas aquelas diferenças de circunstâncias me fizeram balizar

Estamos assim quase sempre
Em quase todos os relacionamentos

Um está em um fuso da vida
E O outro em um outro

Estamos nos conectando pelo fio da memória
Estamos tentando alguma sintonia

O fio por vezes rompe-se
Quebra com a tensão sombria e liga-se com a atenção preciosa

Estamos reclamando do dia que amanheceu
Enquanto o outro ainda nem dormiu

Estamos emburrados com o segundo que para nós é festa 
Enquanto o outro ainda cerca-se das quatro horas anteriores

Estamos em fusos

Nossos relacionamentos em fusos

Diferentes que somos, ainda ousamos agrilhoar
Requerer
Prever
Comprometer

Mas é ouvindo do outro lado da linha
Muito mais que ouvindo - penetrando cada palavra
Aquela mesma que nos pomos a criar
Porque ao ouvir
Somos surpreendidos por nossas percepções de mundo
E
Devemos silenciar um pouco nosso fuso
Treinar a alma
Guardá-la
Domesticar instintos...

Tentar ver o desenho do outro
Porque cada olho vê face nova
Meu rabisco para ti
Teu rabisco para mim
São signos - bandeiras tremulantes


Para não mais nos perder
Temos que caminhar mais
Equilibrando silêncios

Caminhar
Caminhos pendulantes...

Dependurados 
Na corda bamba de tanto querer


É assim,
Seguindo o passo do descompasso
Sem calço

Seguindo

Dando parabéns horas antes
Mesmo sentido estranha a sensação de não ter ainda alvorecido
Festejando a festa que só ocorreu do outro lado do Oceano
Para ver no outro o sorriso do novo dia

Anos e antros

Passam para dizer que naquele minuto que não te entendi
Também não me entendeste
estávamos conversando sem ouvir os fusos de ambos...

Confusos

Segundos

Soltos
Correndo pela imensidão de novos mundos 

(in)Seguros 

Certos que teremos aquele nosso fio
Fio de prata
De outro
Ouro
Ou
De
Algo que nos faça 
sermos
Uma fusão de fusos - 
um (ex)istir 

Um algo em flor
para além dos nós ...

Uma flor de nós
....

E quantos ainda estão segurando seus rabiscos
Gritando ao outro o seu significado
Surdos
Berrando?!

Como crianças, brigamos por pouco
Nos desgastamos por menos ainda
Ficamos roucos

E corremos o risco de
Ficarmos sós
com nossos rabiscos
....
Abriremos mão

de nós?!