quarta-feira, 26 de março de 2014

Uma Crônica da Vida: uma verdade de uma mentira.

Há relatos de história que, até hoje, me descabelam a razão.
Diria que, neste 2014, é lembrada a Ditadura Militar.
Diria, ainda, que, nossa democracia de periferia de mundo, ainda nem se deu conta do que seriam: direitos humanos, função social da propriedade, dignidade da pessoa humana, eficácia dos serviços públicos, moralidade na administração pública...
Pois é, enquanto nada disto existe, leio livros com temas de Direitos que parecem absolutamente factíveis: Direitos Humanos e Fundamentais; Não retroatividade dos Direitos Sociais; Aplicabilidade Imediata dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos; ...
Leio temas de monografias, dissertações e teses; leio acórdãos dos tribunais superiores e – nesse ínterim – leio algumas notícias de jornais...
Fico à margem
Parece que alguém está contando crônica, outros poesias, outros prosas – mas todos, de variadas formas, apenas tentam fazer crônicas da Vida
Aqui em minha Terra do Sol escaldante, leio tantos mandos e desmandos, terra de ninguém, ou de um dono patriarcal só
Aqui leio a crônica dos governantes: gritando verdades para suportar mentiras

E eu, o que agora faço?!
Traço uma linha
Se fosse lápis – quebraria a ponta

Refaria a grafia
Peneiraria com verdades das esquinas, ruas abandonadas, praças que não são mais praças, creches que faltam a integralidade, hospitais que capengam e gemem nos corredores – como se deus tivesse virado as costas, como se o mundo fosse apenas a aparelhagem, a pompa: olha que prédio lindo! Carros lindos! Nada lá dentro está reorganizado - nenhuma reestruturação séria - mas na pompa estamos...

T(anta) mentira do Executivo Estadual e Municipal cearenses

E eu, o que fiz!?
Li esta notícia: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10202888481470370&set=a.1773163766197.2167344.1152382173&type=1&theater


Uma advogada, amiga do estudante morto à bala, tentando sensibilizar parte do nosso setembrismo liberal

Ela queria contar àquele homem a história REAL
Ela queria, ao menos, uma palavra de consolo


Ela, talvez, quisesse saber se as crônicas que o poder daqui conta – são, minimamente, reais

Ela, o que fez?!
Assombrou - no sentido mesmo da palavra: “cobrir-se de sombra”
Tomou um susto

Dá calafrios a resposta fria do “Sr.” Ivo Gomes

Mas é esta a face da realidade:
A crônica da vida desfaz as “verdades” ditas apenas para defender mentiras

O que é, então, uma verdade de uma mentira?!

Lá do alto cume do poder se ouvirá a voz:
“A globo mentiu”
“O povo mente”
“Os estudantes mentem”
“A praça não é praça”

Não me assustaria se alguém perguntassem por aqui - a este alto cume:
“Quem é o Estado aqui no Ceará? ”

E de lá de cima trovejasse a voz:
“O Estado sou eu”. ...