terça-feira, 23 de novembro de 2010

O mundo, seus olhos e os meus...



O mundo nos vê!

mesmo que não percebamos os seus olhares...eles estão, o tempo todo,

fixos em nós....

Ele nos relembra, a vida inteira, que tudo o que se sonha deve ser achado um dia...

O mundo nos cobra a realização dos nossos sonhos,

mesmo quando ele mesmo não inspira o sonhar.

Parafraseando José Saramago, nós precisamos ter "olhos num mundo cego"

Somos uma ferramenta social "para curar um mundo fraturado" que não mais sonha, nem encanta.

o mundo é duro demais para quem queira apenas o otimismo:Devemos ser esperançosos, mas não simples otimistas

: "Otimismo e Esperança não são a mesma coisa. Otimismo é a crença de que o mundo está mudando para melhor; esperança é a certeza de que, juntos, nós podemos fazer o mundo melhor. Otimismo é uma virtude passiva; esperança é uma virtude ativa. Não é preciso ter coragem para ser otimista, mas é preciso ser muito corajoso para ter esperança.""(Rabino Jonathan Sacks p. 206).

A busca dos sonhos parace interminável...vivemos encharcados de novas expectativas e desejos...

O futuro nada mais é o do que o reflexo incerto do que fazemos no hoje.

O tempo presente parece precipitar-se, escorre no que fizemos -

como mais uma flecha lançada ao nosso alvo.

A vida nos cobra sonhos mais altos, mais humanos, mais legítimos!!

Viver, Viver, Viver

"É ter um passado, que cresce. É ter cada vez menos futuro."(Comte-Sponville. "A vida humana" - Martins Fontes, p.86.)

Viver, Viver, Viver

Maximizar o instante:

"O tempo só tem uma realidade, a do Instante.

Noutras palavras, o tempo é uma realidade encerrada no instante e suspensa entre dois nadas. "(Gaston Bachelard em "A intuição do instante" - Verus Editora)

E ainda que a vida aparentemente venha trair o tempo que tinhas detido para sua colheita

acalme-se! Tenha o coração firmado nas tuas certezas, como dita a sabedoria judaica:

"O QUE É MELHOR: um cavalo rápido ou um cavalo lento?

Depende de estar-se ou não no caminho certo."

Não sairemos da órbita dos olhos de Deus, lá estaremos na semeadura dos sonhos...Vivaas à essa plantação florida, composta de encantos, rumores e deslumbramentos...

Nada surge sem o processo árduo da incertezas , do planejamento e investimento da vida, afinal:

Ao mesmo tempo que somos a imagem divina,

somos também o pó da Terra....frágil e, por vezes, apegado ao pó...

A vida se vale de oportunidades vividas,

Do esforço do recomeço, do (re)início após as guerras

Do olhar que sangra o tempo

Que mata o dito medo.

Eis a Vida:

seu olho di(fere),

en(sina),

re(cita);

eu apenas amontou alguns dias e já quero falar sobre ela?!...são apenas olhares ...

meus lampejos...simplesmente...

indecifráveis...


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O bote hermenêutico de Müller...



“Socorro!! Eis que estou a mergulhar em águas profundas e só tenho a curiosidade e o espanto como companheiros...” Esta foi a minha primeira impressão ao ler MÜLLER, mas aos poucos,e, graças a Deus e minha teimosia, eis-me aqui! Trazendo um novo-gráfico para quem possa ter lido ou venha a ler Friedrich Müller...Digo "O círculo hermenêutico" representado num bote salva-vidas...

Como prometido, eis o próximo “gráfico-desmistificador”(pelo menos é esta minha intenção: descortinar muita coisa empoeirada e labiríntica que tenho lido neste dias de fim de ano...)

Esse gráfico não pode falar por si,

Assim como as gotas de palavras à aprofundar a terra de muitos outros significados também não falam...

Mas se você teve curiosidade de decifrar esse sinal, digo: um SALVE a você !

No post passado trouxe a discussão dos

“Conceitos Indeterminados e o halo de Phillippi Heck, “

agora trago, ainda quanto a interpretação das normas,

a “teoria estruturante” de Müller – o qual, acertadamente, toma a letra da lei apenas como

“ a ponta do iceberg”...

Ele traz uma teoria de reminiscência entre a letra da lei; a interpretação normativa desta e os fatos empíricos (o caso concreto); e a adstrição de um resultado: A NORMA! Que ele chama de “norma de decisão”.

Se você não faz direito, nem quer fazê-lo (você, realmente, quer ler este texto?!) – esta teoria prima pelo criacionismo contido.

A letra da lei é só o começo – mas é o primeiro e o arrimo do intérprete.

Aquele círculo (o bote) tem um início e fim híbrido – seu nome é “Círculo Hermenêutico”,

Pois inicia o processo de interpretação na letra da lei e

volta para a análise de onde se partiu.

Se acharem melhor, fiz outra formulação esquemática para esta teoria:

Enunciado<=>caso concreto<=>Interpretação do Texto Normativo<=>"programa normativo<=>"Setor Normativo"<=>Norma de Decisão....e volta....Enunciado...etc...

Viu como é melhor sintetizar a teoria dele num Bote?! hauhua


Eia o bote salva-vidas! – uma tentativa de imprimir uma via democrática para a judicialização do direito (este termo significa: o juiz criando normas concretas – e não apenas o legislador, o qual, em regra, cria normas gerais, para sujeitos indeterminados).

SE você não faz direito – me pergunto: “Como leste este texto até o final?! Não é enjoativo?!Cuidado!!! Você pode ter uma veia jurista!" huhaha

Bem, eu e minhas inquietações estaremos rabiscando outras análises nos próximos dias...isto, claro,

Se Deus assim me permitir=]

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Do "halo" de Phillippi Heck...


Não!
Não é um pensamento sobre o sol!
Nada disso - tentei neste "gráfico" decifrar de maneira esquemática a teoria do Phillipp Heck....ainda bem que fiz direito, porque meu dom de desenhar é tosco!

Quem me conhece BEM, sabe o quanto amo decifrar essas filosofias que parecem(apenas PARECEM)ser loucas...na verdade há muito de lucidez em muitas delas...

Vejam:
"Consoante Phillipp Heck, o conceito revela uma zona nuclear ou fixa(núcleo) e uma zona periférica ou orla (halo). Representam-se o conceito como um ponto de luz intenso que ilumina os objetos com mais intensidade..."(MORAES:2003, p.64) e por aí vai....

Isso tudo sobre a impossibilidade de se condensar sentidos - ai daqueles intérpretes hígidos!
Não há receita de fixação pétrea de conteúdo de palavras - estas são signos - reconstruídos a cada interpretação e intérprete...
Eros Grau não aceita a existência de conceitos jurídicos indeterminados - para este, a lei sempre reduz a incerteza, e os fatos por mais imprevisíveis que sejam serão circundados por uma zona de certeza - no meu gráfico simples não haveria aquela penumbra azul - o "halo" de Phillippi Heck... "O jurista brasileiro qualifica os conceitos jurídicos como signos de segundo grau, isto é, signos de significações..."
Parece-me que Eros Grau diferencia, de forma errônea, palavras de palavras da lei - como se houvesse um manto diferente sobre a definição jurídica e um mero texto....
Signos de primeiro e de segundo grau...parece-me um esforço semiótico para garantir a legalidade e evitar a Judicialização do direito - mas o vejo capitaneando navio solitário....


Bem, trouxe essa discussão para esse blog apenas para deixar uma pequena lembrança do que vem povoando meus pensamentos...

Ando sem tempo de escrever - apenas tenho colhido o máximo de escritores possíveis - época de novos desafios....
Nos Próximos escritos falarei de um outro "jusfilósofo"...mas,por enquanto, é segredo=]