domingo, 22 de julho de 2012

Uma pulsão...


As páginas são meu desafio calado, estou a cerrar tantas letras em páginas brancas que nem poderia somá-las,
“presenteá-las” ao lixo que, ao vê-las, lhes reclama, ah que encanto lúdico!,
mas continuo nesta provocação, nesta falta de rubor por enfrentá-las...
Certa vez, estive em queda de braço com elas,
mesmo quando a mente estava silente e sem nenhuma sombra de imaginação metafórica que  pairasse,
pus-me a esta chaga de cercar as palavras todas ali, como se, por um instante, elas fossem minhas,
tentei manipulá-las, fiz-me até de seqüestradora, rogando-lhes mais um tempo comigo, mas nada adiantou,
Fui feita refém,
fui mordida por um veneno,
um certo vício:
sempre vê-las sobre a pálida matiz ...

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