segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O que há quando nada mais há...


Há um tipo de dor agressiva
Que faz doer se tentada
Que faz ferir se falada
Que faz do todo um vazio  - esvaziante

Há um tipo de dor calada
Que tem silêncios de quem busca definições
Que tem o dedo de quem quer intuições
Que quer caminhos - ainda que entre vulcões

Há um tipo de dor universal
Que assovia quando não consegue fazer a alma cantar
Que, com pouca luz nas ruas e calçadas,
Ousa outras es(caladas) - e cansa de tanto  - e cada vez mais - replicar

Dias de um desejo inerte
de ter do devir os mapas,
Mesmo quando, de tanto ir, já nem saiba mais para onde - mapa circular, de roda-gigante
O que viu no auge
Já esqueceu na descida
E enjoa desse círculo-andar

Há um umbigo mundial que nos alimenta,
mas nos prende...
que nos faz preparados,
mas silentes...
que nos manda alimentar,
e cobra oxigênio
Mesmo de quem já desa(prendeu) a querer respirar

Há um tipo de grito que não aprendi a compor
Que não aprendi a pintar
Uma lágrima que cai e queria sustentar
Uma mão que se solta e eu queria juntar

Há tanto sinal de que no nada há...

Luz e pouca luz  - há e não há
encastelando momentos
a(guardando) do dia e do tempo
Um clic -
um salto
em segredo mágico - secreto.

Na aurora,
ouvi falar,
como que num conto:
Nasceria o Sol como lembrete
De que a noite passa como um flerte
E leva o dia no mesmo blefe

Ouvi do crepúsculo um mesmo dito, que flui como que num rito:
Tu és filho do tempo -
ouriço

Em teus calendários-espinhos
deves ter alma de quem caça,
Pois quando não tiver mais calma,
Deverás apenas A(guardar)

..

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