Naquele mar de sentimentos
tudo estava calmo.
Ela banhava-se de sóis imensos, multiformes e
inspiradores...
Até trazer a grande onda sufocada.
Aquela que há tempos vinha sendo segurada pelos ventos da
memória...
Ah, dia louco esse!
Algum canto de sereia deve tê-la forçado a isto...
Aquele dia sério trouxe um novo-velho sorriso...
Pelo Dom de Viver ela quis dar uma chance,
resolver aquelas intransparências,
Entregar parte da sua calmaria àquele sentimento diverso: de
marés...
Eles correram para si
Ela ainda não sabe dizer se ela correu com ou sem ele ou se
ambos sentiam o mesmo...
Mas Ele, quase adivinhado-a (eles se conhecem há anos),
propôs o tempo todo que ela tocasse onde mais pulsava: aquele peito corria a
mil..
Ela sorriu, por um instante, sonhou...
Aquele coração de novo ali inquieto por ela...
Sua mão sobre ele...quase sussurrando uma oração
Por um minuto, queria ter o controle
Já tentei não pensar sobre isso,
Mas é impossível!
Se pudesse ter um controle, ainda que remoto, sobre quem
escolhi?!
Não falo de controlar no sentido tirânico
Falo de controle ao menos no sentido de previsibilidade
Chata essa mania que temos de emparelharmo-nos pensando: “O
que será que ele(a) estará pensando?!, sentindo?!”
Queria um controle apenas com um botão: A VERDADE!
Mas Ele não poderia saber disso...
Ela sorriu, com a mão indo e voltando ao peito daquele livre
amor, inquietante
A distância entre a mão e o sentir
O vale entre o que achamos do outro e o que realmente lá
estará
É sempre assim
Por isso reclamo: deveríamos ter vindo com um Botão!
Mas o que temos são:
Inquietudes
Inconsistências
Imaginações
Importunações
Induções
Percebo que vivemos muito do que imaginamos
Imaginamos mais que vivemos?!
Eu não sei, mas em matéria de sentir somos iscados...
Queria adicionar algo que o fizesse sumir dos meus
históricos mentais..
Do meu sentir...
Some de mim: O que sonhei,
mas diminua com a imagem quebrada do dia a dia...
mas diminua com a imagem quebrada do dia a dia...
Some!
Espelho quebrado!
Espelho quebrado!
Que eu quero viver...
Eu quero um tipo de inquietude, mas que seja tranqüila
Aquela que me reserve ao menos um pouco de verso, alguma
rima ou cadência de sons
Estamos em dissintonia, desarmonizados e sorrindo
Isto tudo porque não ousarei requerer nada de ti
Não vou esgotar minhas palavras perguntando: Por que não
....
Ficarei observando como uma águia...
O problema é que eu não sei olhar adiante...
Eu não sei voar com os olhos num canto e outro..
Essa espécie humana precisa saber rever de si o ser
estrábico de amar: é feio, deselegante...
Eu tenho olhos e alma plenos e presos...
Dessa inquietude de (a)mar...
Que Arrasta e benze...
Traz mistérios de imensidão, devastando marcos, dizendo
estar
Solta
Solta
Boba
Tola
qual
qual
Gota
.
Tenho angústias de coerência e
sentido...
Tenho alma para paradoxos, mas sonho
com quadros bem desenhados: quase cartesianos.
O devotar-se
O partir-se
O sentir ... (se)
Ah, Inquietudes Humanas!!!: Aquele
espelho quebrado, quebrando-se...
Irei aos cacos!
Tomarei um que seja, ou alguns..
Com eles farei um caleidoscópio,
incolor, cru...
Olhando para trás com um caco...
Olhando para trás como um asno...
Querendo ver o que virá – ainda olhando
para trás?!
Sem perceber, e , ainda sim,
Entre as imagens multipartidas,
A imagem do sonho abandonado,
Vai crescer em ti..
Vai ficar imensa, na imensidão do existir...
E quando arriscar, quando ousar mais uma vez, e der errado aquele
sentimento trilhado...
Vai sentir tudo novo de novo!
No mesmo tom arrastar e diminuir o (en)canto...
Estilhaçando o espelho do ideal e brincando nos pedaços de
vidros restantes,
Cortando-se de tanto olhar..
Olhando por entre os cacos de ontem...
Olhando por entre os cacos de ontem...
Teimando em
Olhar...
Das inquietudes humanas fica uma lição, também inquieta:
Olhar...
Das inquietudes humanas fica uma lição, também inquieta:
Olhar para trás é ter um vidro afiado na mão...
;)
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