quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

POLIDEZ E PREÂMBULOS DE VIVER...


Começo hoje um breve relato, resenha, impressões mal rabiscadas, do livro: 
“PEQUENO TRATADO DAS GRANDES VIRTUDES” ANDRÉ COMTE-SPONVILLE.

Hoje vou do Preâmbulo até o Primeiro capítulo:

PREÂMBULO
O autor já expurga qualquer impressão religiosa, pietista ou condenatória:
“Não é a filosofia triste de denúncia do erro, pecado...”p.4

Virtude é vista como “arete”: poder – isento de qualquer outro elemento exógeno.
Diferente da concepção latina: “virtu”: excelência.

Entre o sábio e o filósofo há a angústia deste: sem respostas, aluno na vida, escreve, reescreve

Não há mestres em filosofia
Simplesmente pela insegurança que há na vida
Os sábios são mestres – não filósofos.

Filósofos escrevem não para ensinar – adestrar –
Não criam nem creem em manuais de como agir

Há, na obra citada, um tratado teórico com reflexões práticas sobre como tem sido perdida a reflexão sobre a temática das virtudes

E, para começar, finca, propositalmente, dois grandes eixos – da superfície à profundeza:
POLIDEZ
FIDELIDADE
PRUDÊNCIA
TEMPERANÇA
CORAGEM
JUSTIÇA
GENEROSIDADE
COMPAIXÀO
GRATIDÃO
HUMILDADE
SIMPLICIDADE
TOLERÂNCIA
PUREZA
DOÇURA
BOA-FÉ
HUMOR
AMOR

A ordem dos capítulos só foi intencional quanto ao início e fim.

Vamos da (super)fície à profundidade: sem desprezar uma ou outra.




CAPÍTULO 1 – A POLIDEZ

A virtude se ensina na carne
Mas se aprende na alma

É tão importante falar quanto se praticar
Na verdade, somos arquitetados para polidez pela estética
A educação é o nome

Crianças brincando de serem instinto
Pais ensinando que o mundo não é só dos filhos e que há espaço para outros

Desacostumados
Choros de sair do ventre de si
Filhos fazem "danações"

Pais choram por verem filhos rumarem sem os cordões umbilicais que o dependuravam a si

A Polidez como Virtude:
É ética estética
A estética ética

...
..
.

“Como a natureza imita a arte,
Assim a moral imita a polidez, que a imita”. P.11

Assustados
Os adolescentes saem do Jogo – que para eles era dança – das “dissimulações”p.12

Pais enlouquecem
Filhos flamulam por ventos não iguais – colaterais

A autenticidade não nos foi programada
Não depois do ventre
E deixar seu filho à mercê do imprevisível "jogo fora do jogo" é arriscado demais

O filho escolhe contrariar os pais e a polidez ensarilha armas
Quem é agora o não polido?
O adolescente que chora pela liberdade, ou os pais que gritam pela fôrma – que agora já pode ser escrita sem grifo – agora está livre do acento,
o molde,
o peso,
agora pode ser escrito como “forma”.

Há quem brigue pelos acentos
Há quem lute para ver-se livre deles


Quem estará livre deste “Jogo de Dissimulações”p. 12?

...
..
.

Parece que a voz animal quer calar o outro – antes de calar-se no outro...

“A polidez não é tudo,
é quase nada.
Mas o homem , também, é quase um animal”. P.14

A Polidez é um preâmbulo
e este texto também o é...

Até!

Ileide Sampaio. 



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