quarta-feira, 26 de maio de 2010

Das lembranças....





Qual vulcão esquecido que um dia despejou fagulhas para todos os lados – adormecido e perigosamente vivo –
tal qual são as lembranças.
Se elas agora despertassem de seu sono muitas frases seriam soltas, outras teimariam em continuar presas naquelas finas camadas - na derme dos espaços preparados para o esquecer.
E não adianta tentar contê-las
Durmam quietas, inquietas imagens que teimam em me aturdir - em fazer meu hoje sombreado, turbulento de vozes e sentidos que já não estão aqui; simplesmente, durmam!
Há quem pretenda dizer que enterrará vulcões, que o esquecimento os batizou com um buraco negro na alma para onde vai todo princípio de erupção – Nisto Nietzsche : “É possível viver quase sem lembrança, e viver feliz, como demonstra o animal, mas é impossível viver sem esquecer.”
Sponville trata do esquecimento como uma HIGIENE NA ALMA, como um aspecto de sanidade, de continuidade e prolongamento da vida – de uma necessidade e virtude que devemos exercer – se quisermos mesmo, mais que sobreviver...

A PERGUNTA QUE NOS RESTA É: Como, então, vivemos?!? Se os vulcões lá estão - longamente adormecidos?!


Diga-te:
“Há quanto tempo não erupciona a sua alma?!”


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