sábado, 15 de setembro de 2012

Hidras e outras pedras...


Estava esmagada por aquela pedra
Ela, invisível para todos, não cansava de pesar
Não cansava de ser peso
Nem de ser aquilo que mais insistia  - sobre mim

Aquela pedra estaria bem melhor colocada se estivesse no trânsito
No meio do caminho.

Pior seria
Se a pedra estivesse sobre mim
E não sobre meu caminho
Mas ela escolheu a mim...

Queria ela agora pelo caminho
A chutaria
Ela não faria parte de mim
Estaria apenas no meio do caminho

Mas o caminho é mais que o meio
Ele é o absurdo todo
O Além

O que faço eu então?!
Deixo-a correr de mim?!
Pedra estranha
tu não eras verso 
não tinhas esse nome

O que fiz de ti?!

Queria-te longe
Bem afastada do meu peito
Suportaria pedras por todos os lados
Mas não aqui

Não tenho coração para durezas 

De pedra nunca será 


Ouvi no meio do caminho
Que a pedra evita desalinhos
Calça alguns momentos pendulantes
Ainda que o mesmo dito seja ambulante

Ouvi ainda, em mim, um dito de Hidra:

Escapar,
Tentar fugir,

Seria como tentar vencer Hidras cortando-as.... 

Multiplicando-se
Sufocam-nos...

Devo então vencê-las?!


Queimá-las

no fogo da razão....?!

Eu devo apenas seguir...

Abrir a janela

E correr,

Mas não de mim...

Não das pedras...

Se necessário for
Correrei para carregá-las

E as olharei com um olhar de artífice

Mas não farei estátuas

Erguerei algo que se desapegue da ideia inicial

Quem para elas olhar pensará em tudo

Menos que eram pedras:

Para se viver bem
Deve-se esquecer...




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