
a falta e o querer...
Já notaram como estes siameses nos perseguem?!
Como as sombras – silenciosas que são, nunca nos deixam andar sozinhos...
Tente hoje tomar aquela longa lista de teus desejos – nos idos do passado...
Vê como muito do que você conseguiu não silenciou a sede do querer – abismo profundo...
A lista longa ainda hoje talvez aumente, mas, se possível, para um pouco, verifica!
Colhe os pedidos angustiantes, os sonhos guerreados!
Vê como não te trouxeram a completude que sonhava?!
No que nos assemelhamos aos berros daquele bebê encantado com o mundo novo?!
Para convencer uma criança a ouvir esse dito seria necessário pedir licença de seus próprios olhos e ouvidos para que não cedesse aos convites alheios...
E nós?!
Nós somos crias das novidades, do inalcançado, o intangível....
Fomos “mal-ensinados” a cultivar um amor platônico pelo que está fora do nosso alcance...mas ...por que isso?!
E, sinceramente?1 da alma mais fútil a mais desprendida e elevada, todas estão impregnadas pelas digitais desses nanismos humano - aqui nominados de:
essa falta...
esse querer...
Talvez... Se delimitássemos melhor o que realmente nos é suficiente poderíamos desatar esses nós..
Mas nós não temos tempo,
queremos tanto E tantas coisas que as palavras não se encerram...
São gritos da alma – espezinhada, descabelada, solta...
Se é verdade que uma pessoa conformada é diminuta, da mesma forma a alma sedenta de todas as coisas que não possui, está condenada ao abismo da desILUSÃO...
Fazer o que?!
Não vim aqui trazer fórmulas mágicas – não QUERO isto para seguir...porque não necessito de cálculos PRECISOS para viver, basta que sejam preciosos....
Quero apenas ressoar meu diapasão...
Ouvindo cânticos nem sempre certos...
E repassando melodias...
Essa noite me veio esse tom - imaginei o Éden bíblico - lugar de satisfação significa seu nome, lembrei de Adão, de Eva... e rabisquei...
Um novo éden....
E lá estava ele – dormindo em palhoça tranqüila, acordado pelos dedos do ventos..sua rotina era toda diferente da cidade.
Ele não possuía relógios – ponteiros não o empurravam, apenas o encanto dos astros e o desfile das estrelas...
Não sabia o que era solidão, nunca lhe contaram os sintomas da ansiedade, stress, depressão, mágoa...estava ilhado numa só realidade que, de olhos bem abertos ou fechados, não fazia muita distinção...
Não havia instantes e sua alma flutuava..
mas é incrível!
Não demorou muito para que aquele paraíso se descortinasse...começou a sentir faltas – como socos invisíveis
Era ele agora pleno e insatisfeito – uma contradição andante...
E tudo isso por causa de um boato – OUVIU de um papagaio que haveria mundo melhor fora dali...
Um papagaio, uma voz quase impossível de traduzir...
E aquilo fez com que ruísse tudo...
Não era mais nada agradável,
tudo lhe parecia enfadonho e mesmice...
ele não sabia,
mas
Agrilhoou a alma pelos ouvidos,
os olhos por aquela conversinha
e lá se foi ele – perdendo-se de si ..
aos poucos...
..
ao chegar a cidade dos papagaios leu a mensagem que estava na porta principal:
“esta felicidade que supomos; existe sim;
mas nós não a alcançamos
porque está apenas onde pomos,
e nunca pomos onde nós estamos”Vicente de Carvalho.
Depois disso tudo pensei....
Não é a vida insatisfatória
É o "Eu" o insatisfeito!
Reconcilia-te!
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