"A poesia é uma expressão do não-ser do poeta. O que escrevo não é o que tenho; é o que me falta. Escrevo porque tenho sede e não tenho água. Sou pote. A poesia é água. O pote é um pedaço de não-ser cercado de argila por todos os lados, menos um. O pote é útil porque ele é um vazio que se pode carregar. Nesse vazio que não mata a sede de ninguém pode-se colher, na fonte, a água que mata a sede. Poeta é pote. Poesia é água. ". (ALVES, 2014. p.112).
sexta-feira, 20 de abril de 2012
No meu alvo, me desfiz...
Recriei meu coração
Tornei-o meio bobo
Meio tolo, meio e pouco
De repente essa era a forma fazê-lo um outro
Me desfiz
Fingi que não
Que não estava aqui
Que não passou por mim
Que tudo que importava não importava mais
Que tudo que sonhei não sonhava mais
Subi
Desci
Ao alto
Ao baixo
Recreando o momento que mal o vendo já soava ao olho o só-fim
Corria , corri
Sem eira,
mas na beira de um caminho que eu pudesse me esquecer
Esquecer de mim?!
Era esse o plano!
Desligar-me ,enfim
Só sossego e paz não tive
Tive , isso sim, momentos de um eterno esforço de fugir
Fugir de mim
Fugir daqui, aqui estando
Recriei as forças,
os passos,
os dardos
Lacei em novos alvos,
eles...
sem graça que eram, perderam-se de gastos
Perdi
Perdi pra você
Tempo sutil
Nervo de lembrar que não me deixa escapar
Escapar de mim?!
Não!
Mas ao menos do que não está mais aqui
Daquilo que perdeu-se de mim
Mesmo tendo-me levado
Ainda sobrevivi
Hoje sigo um simples e eterno anseio
Um alvo que não requeiro
Que não consigo perseguir
Esse alvo está aqui
Ele é um
desejo
De desejar o fim...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.